terça-feira, 3 de junho de 2008

Castelos de Leite

Havia nas montras de brinquedos da minha infância umas caixas de peças que coloriam os sonhos dos poucos meninos que ao tempo eram visitados pelo Pai Natal. Os outros, a maioria, como não constavam do livro de endereços do Lapão, não alimentavam essas veleidades e tratavam de dar uso à imaginação, reutilizando para a brincadeira desde as latas de conservas vazias às rolhas de cortiça, o que só lhes fazia bem , diga-se de passagem. Mas antes que me distraia pelo aliciante dessas pequenas histórias, deixem-me regressar ao Lego . Lembram-se dele ? Óptimo , isso basta-me!
Pois o Lego é uma metáfora que me parece adequada para reflectir sobre a economia para efeitos da conversa que me proponho, na sequência dos comentários que me deixaram ao post anterior. Isto porque, do ponto de vista da estrutura, podemos pensar na economia como um edifício de Lego. Claro que entre as peças do Lego não há a interacção dinâmica que existe entre os sectores da economia. Por isso, ela não é apenas uma estrutura mas um sistema e é também nessa perspectiva que devem ser compreendidas as suas insuficiências.
Assim, as insuficiências do sistema económico, ou são atribuídas a problemas de funcionamento, i.é, a disfunções nas interacções entre os seus sectores, ou a problemas de estrutura, quer dizer, relacionados com a forma das “peças”e o modo como elas se dispõem no edifício económico.
Para as primeiras, as contra - medidas habituais são chamadas anti-cíclicas , como as alterações nos impostos e no preço do dinheiro. Se estas não resultarem, olha-se para as questões de estrutura. Em casos mais sérios até é possível que a economia considere a possibilidade de alterar a disposição das suas peças , ou até de trocar umas por outras ( agricultura e pescas por turismo, p.e ) . Então desmonta-se o Lego e volta-se a montar tudo com uma nova disposição. Eventualmente a mudança até se revela eficaz por uns tempos. Diz-se que se conseguiram melhorias estruturais que repuseram os mecanismos de auto-regulação do mercado e passa-se directamente à apologia do capitalismo-liberal como “ o único sistema capaz de se alterar a si próprio sem mudar a sua essência”. Até nova crise. Que naturalmente acabará por sobrevir, pela simples razão de que essas intervenções nunca consideram sequer a possibilidade de as insuficiências reveladas pela economia poderem estar ligadas à natureza mesma do "sistema de encaixe das peças” que a compõem. Ora esse sistema de encaixe, que corresponde ao macho/fêmea do Lego, é a oferta/procura no mercado.
Embora genial como ideia, a verdade é que o mercado há muito perdeu a sua pureza virginal. Isto é, ele já não é a feira onde eu vou às sextas trocar o excesso de limões de que não preciso pelo pão que não produzo, ou as carpintarias que sei fazer pelo casaco que não tenho. No mercado, tal como o conhecemos, nem a oferta é inocente nem a procura genuína, desde que foi tomadas de assalto por dois sub-sistemas que o desvirtuam: a indução de necessidades como prática de marketing metódica e organizada, e a negociação do inexistente através da especulação financeira legitimada na actividade bolsista.
Na ordem vigente, mesmo que não levemos qualquer necessidade ao mercado, quando lá chegamos ele coloca à nossa disposição mil maneiras bem convincentes de nos fazer concluir que seremos muito mais felizes se adquirirmos duas embalagens de leite com sabor a morangos pelo preço de uma e se passarmos a escovar os dentes com uma escova a pilhas, heresia que ainda hoje a avó Clara não consegue de todo perdoar à neta. Daí que se regresse a casa com um cabaz de coisas estranhíssimas cuja aquisição responde a uma racionalidade postiça que o marketing alimenta. De facto, quando assumimos que “ não conseguimos imaginar a nossa dieta alimentar sem leite” , por exemplo, o que estamos a fazer é a dar consistência a uma necessidade induzida que, de tão banalizada e subliminar, adquiriu raízes culturais de tal forma sólidas que a simples tentativa de contestação roça a ofensa. No entanto, essa “necessidade” não se esgota no acto de consumo. Ela alimenta uma dinâmica que adquiriu vida e peso próprio na economia real, a cadeia de valor, ou seja, o artifício pelo qual uma matéria prima alimentar como o leite é sucessivamente transformada a reboque de necessidades induzidas de forma a que, quando chega ao consumidor, o seu preço se multiplicou várias vezes sem que, contudo, se tenha multiplicado o seu valor alimentar. É fácil verificar a diferença muito significativa entre o preço do leite em embalagem de litro ou em três embalagens individuais de 33 cc. E fazendo as contas, percebe-se também facilmente que essa diferença é mais que proporcional aos respectivos acréscimos de custos.

Claro que a miríade de interacções que a “necessidade” de leite desencadeia, promove actividades que suportam empregos, cuja remuneração permite ao metalúrgico que galvaniza a tubagem que equipa o estábulo das vacas leiteiras consumir leite. O circuito parece perfeito e por isso se diz que gera riqueza. Mas gera que riqueza e a quem ?
Qualquer economista de boa escola ficaria escandalizado com a questão. De facto, para o status-quo económico, o mérito das cadeias de valor está tão assente quanto a necessidade alimentar do leite magro, e o facto de se ter tornado inquestionável funciona como a camuflagem ideal de uma realidade paralela. É que todo o dinheiro de que a cadeia carece para funcionar ou a que dá origem passa pela Banca. Ora é a convergência na represa bancária, e não a satisfação de necessidades reais, que dá verdadeiro sentido a todos os pequenos movimentos monetários que ocorrem ao longo da cadeia de valor, porque lhes confere a massa crítica de que o capital financeiro acoplado à banca necessita para as suas práticas especulativas. Esta a grande perversão do mercado na modernidade capitalista.
Ora, independentemente de se ser a favor ou contra o capitalismo como sistema, talvez fosse altura de olhar para a nossa lista de compras através de uma matriz crítica que levasse em conta não apenas o factor preço mas também a real necessidade do que nos é proposto. A menos, claro, que se entenda como correcto que a fileira do leite “alimente” mais a banca e o capital especulativo que lhe está associado, que os consumidores. É que, a partir do momento em que se pensa na economia como geradora de produtos financeiros e não como estrutura de produção de bens, tornou-se irrelevante o que se produz ou o que se consome, desde que se traduza em dinheiro. E nesta medida o sistema de encaixe existente, o mercado, funcionando segundo as regras de um acoplamento que não se questiona entre lucro como objectivo e necessidades induzidas como motor, alheia-se da limitação natural e do sentido ético que deveriam estar sempre associados aos recursos sobre os quais se estruturam as cadeias de valor.

Ou seja, despejada a caixa de Lego sobre a mesa, nem a mesa é assim tão grande que nela consigam caber quantos jogadores o quiserem, nem as peças suficientes para que cada um dos que obtém lugar consiga construir sobre ela o castelo dos seus sonhos. E o mercado até sabe disso! Daí que dê a maior importância aos iogurtes com sabor a banana, pois é essa a condição para que uns quantos, embora já crescidos, continuem a construir alegremente os seus castelos de Lego, enquanto os outros fazem o que podem com as embalagens vazias.





Nota.


Gostava de ilustrar este post com um trabalho de BD da autoria de Jörg Müller. Na impossibilidade, deixo a recomendação: "Der Stanhafte Zinnsoldat” ou, como se diz em português, “ O Soldadinho de Chumbo”, mas não conheço nenhuma edição em português. No entanto, como o livro não tem legendas, é fácil de ser lido mesmo por quem não sabe alemão, como é o meu caso.

19 comentários:

Fernando Dias disse...

Boa metáfora Manuel Rocha!
Não há dúvida que temos dois grandes sistemas muito poderosos: um é o sistema solar, em que a Terra gira à volta do Sol; o outro é o sistema financeiro capitalista, em que o dinheiro gira à volta da Terra.

fa_or disse...

Gostei!!!
Geralmente custa-me um bocadinho ler textos longos... mas este prendeu a atenção. Esta areia já é mais levezinha :))

É por isso que não sou eu que vou às compras... para não cair em tentação!

E. A. disse...

Obrigada Manuel, instrui os leigos e de modo cativante, com alegorias, metáforas e parábolas, tal como faziam os Antigos! ;)
Gostei, sobretudo, do último parágrafo em que revela o cúmulo da plasticidade do sistema capitalista: iogurtes com sabor a banana, aloé vera, tutti i fruti, com "l casei imunitas", outros que são laxantes, purificadores do metabolismo, e, afinal, são bens imaginários: Rousseau e Kant atribuíam à imaginação a fonte de todo o mal, se ela não fosse sujeita a correcção cívica. Talvez se devesse denunciar, claramente, o carácter imoral deste sistema mercenário e encetar uma educação que vise o racionar como forma de arrazoar.

Rita disse...

1 lapa açoriana por cada produto do supermercado mais próximo de si que NÃO contiver: soro de leite, leite em pó, lactose, caseína ou soro de leite em pó. Quem disse que a indústria do leite só vende a quem o bebe;)? desafio-o a ver os ingredientes das bolachas de água e sal:) vai descobrir que além de leite magro, também há vacas que dão água...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Só a imaginação criadora à la Kant possibilita criar um post como este. Gostei particularmente da frase do Fernando Dias:

"(...) o outro (sistema muito poderoso) é o sistema financeiro capitalista, em que o dinheiro gira à volta da Terra."

Esta é a face do capitalismo prevista por Rosa Luxemburgo na sua obra "Acumulação do Capital" e que o Manuel capta bem, apesar de ter deixado de fora os "carros", esses poluidores e destruidores da vida que, dado sermos mamíferos, começa a teta da mãe a mamar muito leitinho quente e rico... :-)

Denise disse...

O meu Vizinho vai se superando post após post. Aprecio a linguagem figurada com que bolina e agradeço o esclarecimento prestado à dúvida que lhe colocara nos comentários do post anterior.
Gostei particularmente da memória da pureza virginal do mercado antigo: " (...) ele já não é a feira onde eu vou às sextas trocar o excesso de limões de que não preciso pelo pão que não produzo, ou as carpintarias que sei fazer pelo casaco que não tenho."
Já ouviu falar de um negócio de tempo pelo tempo que visa uma revalorização das relações em deterimento do império do vil metal? Funciona assim: o meu Vizinho ajuda-me com os trabalhos de carpintaria que sabe fazer e que eu não sei; em contra-partida, na mesmíssima extensão de tempo disponibilizada, eu ofereço-lhe, por exemplo, serviço de dactilografia que eu sei que lhe aborrece à brava.

Gostei imenso do comentário do F. Dias!

alf disse...

muito bem escrito este post, a metáfora está muito bem "encaixada".

Eu proporia a criação de uma entidade chamada " o desmancha prazeres da publicidade" que acrescentaria um comentário a qq campanha publicitária acima de determinado valor. Um comentário "desmancha-prazeres" a indicar as falsidades publicitárias.

por falar nisso, já está aí uma nova campanha do leite...

Mas o caso do post nem é o leite, é a actividade financeira que veio desvirtuar a actividade comercial. A especulação financeira, a obtenção de dinheiro a troco de nada. E esse dinheiro que é desviado pela especulação financeira está para a economia como a ferrugem para o ferro.

A propósito de alimentos: e ninguém se lembra dos corn flakes? os inocentes cereaizinhos? já vi um estudo escandinavo que dizia que eram o mais perigoso de todos os alimentos por serem processados a altas temperaturas. Será?

Anónimo disse...

Amigo Manuel, eu para começo de conversa proponho que um dia faça um destes seus textos contra o mau funcionamento do Blogger que me acaba de "comer" um comentário.

Que diabo, podia não ser grande espingarda mas era o meu contributo ... e vai-se a publicar e ... zás, nada!

Suspeito que ou é o Blogger ou o Echelon; agora, a verdade é que se sumiu e eu recordo-me vagamente de ter proposto que se reflectisse sobre o que sucederia a uma geração inteira de urbanitas (ou por aí próximos) se lhes fosse agora retirada a alegria desta última ilusão?

Eles que vão para o Brasil ou a Dominicana mas não se atrevem a sair do hotel, da praia e fazem viagens de pacotilha mas se julgam intrépidos viajantes;
eles que têm na finta do Róóónaldo (é assim que se pronuncia o nome ao que ouço dizer bastas vezes na televisão) o suprasumo e a quinta essência da sua discussão filosófica de café, e agora vocdê ainda lhes quer retirar o supremo gozo de hesitar entre um iogurte de banana (raio de gosto de que o amigo se havia de lembrar) e um de "muesli" com ameixa?

Homem de Deus, isso pode lá ser ...

Anónimo disse...

O Manuel escreve sobre estas coisas como quem pinta e desenha. Diz-nos em imagens o que nem sempre é fácil de dizer em conceitos e por isso as ideias fluem com uma suavidade que transita a anos luz da tradicional aridez destes temas. Por isso, lé-lo, tem sido uma inestimável mais valia para nos ajudar a entender melhor o que devemos ensinar.
Obrigada, pois.

Matilde

Anónimo disse...

Manuel,

Acha que seria possível usar esta ideia do Lego em contexto de aula para explicar economia ?

Como o faria ?

Anónimo disse...

Mais um excelente texto, Manuel.
Percebo que usa o sector dos lacticínios como poderia usar outro qualquer. Concordo que esta espécie de "fé" com que se olha para as potencialidades de auto-ajustamento do mercado, acabe inevitavelmente por resultar na exclusão de muitos para que se realize a riqueza de alguns.

Matilde,

Já usei um jogo de "recursos" em que se distruibui de forma desigual por grupos, cartolina, tesoura, cola, régua, esquadro e lápis. Conhece ? O objectivo é construir cubos de cartolina, e ganha quem construir mais.O "mercado" funciona sempre, mas a cooperação nunca ! E nunca senti que a ideia da importância da cooperação tenha passado. Instintivamente, todos querem ganhar.Será cultural ou apenas instintivo ?

Florbela

Manuel Rocha disse...

Comentadores Ilustres, o meu sincero obrigado pela vossa participação.
Prometo voltar com mais tempo logo que possível, e entretanto, Matilde, vou ver se me ocorre uma ideia para a sua questão ;)

fa_or disse...

Porque este é um blogue que gosto de olhar, encontra essa indicação ao fundo da minha página.
Se estiver interessado deve passar em
Downloads e Afins para levantar o prémio.

Anónimo disse...

Primeiro, parabenteio-o pelo texto fluido, e pela boa analogia. Afirmação supérflua, esta, pois a reacção entusiástica dos comentadores e a qualidade dos comentários já o dizem eloquentemente.

Depois, gostaria de deixar-lhe duas minudências:

Uma, é o link de uma página do sítio do Gewerbemuseum, de onde pode retirar meia dúzia de belísssimas ilustrações de Jörg Müller. Apesar de nenhuma delas ser do livro por si referido, julgo que alguma se adequará à ilustração do seu texto.

Outra, é uma pequena citação de um autor/texto que me ocorre a propósito da sua escrita:
"...a ética observa de longe - para além da margem da moral. A questão não é somente aquilo que fazemos no próprio momento em que o fazemos, mas sim fazê-lo enquanto fazer, observado desde este amanhã no qual ainda não estamos e que, contudo, é o próprio lugar de onde devemos julgar a ética." (Paul Ricoeur, Soi-même comme un autre)
O que nos limita é o fantasma antigo do Progresso.

Desculpe esta espécia de pós-texto à sua resposta aos (outros) comentadores que aqui vêm a tempo e horas, ao contrário de mim que me atraso sempre. ;)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Manuel

Espero que não haja equívocos, como me chegou aos ouvidos.
Concordo plenamente com isto que diz:

"É que, a partir do momento em que se pensa na economia como geradora de produtos financeiros e não como estrutura de produção de bens, tornou-se irrelevante o que se produz ou o que se consome, desde que se traduza em dinheiro. E nesta medida o sistema de encaixe existente, o mercado, funcionando segundo as regras de um acoplamento que não se questiona entre lucro como objectivo e necessidades induzidas como motor, alheia-se da limitação natural e do sentido ético que deveriam estar sempre associados aos recursos sobre os quais se estruturam as cadeias de valor."

Não foi por acaso que referi Rosa Luxemburgo. E reforcei a bela frase do Fernando Dias!

A minha única reserva diz respeito à "escolha do leite", porque penso que as indústrias mais perniciosas ficaram de fora. Contudo, como é apenas um conceito (teorético e didáctico), não tenho objecções. :)

Anónimo disse...

Acabei por me esquecer de deixar o link que prometi no comentário mais acima. Coisas feitas com pouco tempo...

http://www.gewerbemuseum.ch/default.asp?Sprache=D&Thema=
100024&Rubrik=0&Gruppe=47&Seite=
60&AusstellungSeite=
31&AusstellungID=23

Rita disse...

alf:
O amido (da batata, do pão, dos corn flakes) começa a transformar-se em acrilamida, altamente cancerígena, quando vai a mais de 120 graus C. Já houve uma proposta no estado de N.York para que os produtos tipo tiras de milho e corn flakes levem uma etiqueta tipo "pode causar cancro", como aquelas que cá se usam nos maços de tabaco. Acho que é disso que está a falar.

Anónimo disse...

Florbela,

Obrigada pela sugestão. Não conheciamos esse jogo que parece ser muito interessante. Será abuso pedir-lhe que me envie mais alguns detalhes por e.mail quando tiver disponibilidade ?
matilde.l.a.costa€gmail.com.

Obrigada.

Manuel Rocha disse...

Bem, começo pelo fim…

Zé de Portugal, obrigado pelo link, mas se encalhar no livro não perca a oportunidade porque é uma excelente história silenciosa que aconselho vivamente e em particular à Matilde e à Florbela, porque com aquele livrinho se fazem várias aulas. Quantos aos seus “atrasos”, não se preocupe, por Belenos, pois esta tasca está sempre aberta, e mesmo que o taberneiro ande por fora sirva-se que as contas serão depois;)

Francisco, o exemplo do leite é apenas mais um, embora haja de facto outros mais óbvios, concordo consigo. Quando resolvi continuar com este, foi para tentar desmontar algumas situações que nos parecem completamente inocentes mas que não são tanto assim. A Rita deixa algumas boas pistas mais sobre essas inocências camufladas, que, quer em termos de impactos directos quer no que se refere á distorção que introduzem na fileira alimentar, são, quanto a mim, bons exemplos de perversão do nosso comportamento como consumidores. E embora haja demasiado que se preocupe apenas com o Rónaldinho, como diz o Quint, parece-me que não devemos deixar de contribuir para ver estas questões desmontadas, e há imensas do mesmo género, como as que também refere o Alf.

A desmontagem destes sub-sistemas de que somos mercenários quase sempre involuntários, como diz a Papillon, devia merecer-nos mais tempo, até porque não é fácil remar contra essas correntes de “evidências”. No entanto, são elas que estão na base de acontecimentos como os que preocupam a Maf:o segundo grande sistema que o F Dias bem identifica, alimenta-se de uma maioria de perdedores, embora promova a ideia contrária.

E por esta altura, já só lamento ainda não ter dado inicio à troca de tempos que a Denise me propõe…:)

Matilde, depois mando mail, ok ?