Um dos critérios economicistas que aparentemente tem presidido à concentração de inúmeros serviços públicos, de saúde ou de ensino, tem sido associado ao custo de manutenção de pequenas unidades, nomeadamente escolas e centros de saúde de reduzida afluência . As contas feitas na altura, provavelmente deram como resultado que ficava mais barato adquirir e pagar custos de operação de viaturas , ambulâncias e autocarros, que o funcionamento dos serviços nas localidades de origem. Se se mantiver a subida dos preços de combustíveis, e por inevitável arrastamento de tudo o mais que de combustíveis depende, até que ponto não se irá inverter a lógica que presidiu a este tipo de decisões? E nessa altura, quanto custará a recuperação das infra-estruturas entretanto desactivadas ? E as populações que entretanto tenham desertado por manifesto abandono, irão regressar ? E caso não regressem, reforça-se de novo os meios de combate a fogos, contratando para bombeiros inactivos quem antes era agricultor activo ? Que tipo de racionalidade é esta que decide questões de ordenamento do território, estruturantes, segundo critérios que se apoiam em lógicas conjunturais ?
O conhecido ambientalista Macário Correia, parece ter resolvido enviar a frota da CM de Tavira, a que preside, para abastecimento a Espanha. Porque é mais barato, poupa 200 € por dia, diz. Não vou discutir a questão do ponto de vista da deontologia administrativa de uma entidade que, de repente ( e apenas pelo lado da despesa ) , se demite da pertença à administração pública. Nem tão pouco irei entrar em contabilização dos custos directos de desgaste e manutenção inevitavelmente associados aos quilómetros a mais que o expediente implica na frota (somarão apenas 200 € / dia ?! ). Mas não consigo deixar de fazer reparo ao facto de que as causas “verdes” se vendem mais baratas que as alfaces. Afinal, há ambientalistas que não se importam de trocar as toneladas de CO 2 contra as quais tanto barafustam, por uma mera oportunidade de notoriedade mediática. Nada de novo, na verdade, mas não deixa de merecer reparo.
13 comentários:
Sem dúvida boas questões, que nos dão que pensar!?
Num lado, o barato pode sair caro.
No outro, há quem gaste uma caixa de fósforos à procura de um tostão.
A minha visão de Macário Correia divide-se entre o terror que me causou na adolescência quando, ao candidatar-se à CMLisboa tinha na sua agenda política o encerrar das discotecas ás 00:00, e a admiração pela coragem que teve em tomar algumas medidas benéficas para o ambiente, como o apoio a tornar o Algarve uma Zona Livre de Transgénicos.
Esta medida de mandar as cavalgaduras que carregam os subalternos pastar ao paíz vizinho, já não a vejo com bons olhos. O "buy local" é bom para o ambiente porque evita transportes adicionais, mas também é bom para a consolidação da economia local. Os principais prejudicados com a esperteza de Macário são os algarvios que investiram num franchising de uma bomba de gasolina, seja ela de que marca fôr, os seus próprios eleitores...
Fartos dos aumentos dos combustíveis?
Ande de bicicleta!
Saiba como em:
http://bicicletanacidade.blogspot.com/
http://100diasdebicicletaemlisboa.blogspot.com/
Cursos de Condução de Bicicleta:
http://www.cenasapedal.com/blog/
Bons exemplos de falta de coerência e de visão! :)
A sucessão de governos incompetentes em Portugal, tem crescido de uma forma assustadora, com efeito, as zonas mais interiores tem tendência a ficar cada vez mais desertificadas, as populações não tem muitos motivos para se fixarem, para aí construirem uma vida. Vejamos, não há saúde, não há ensino, não há emprego… Os investimentos nestas áreas são nulos, e para alem da falta de investimento, ainda se retiram os direitos adquiridos por essas populações, direitos a ter uma vida com alguma dignidade, pese embora o isolamento e abandono a que estão sujeitas. Os aumentos dos combustíveis, vão contribuir somente para o aumento do fosso que nos separa dos restantes parceiros da União Europeia, como também, para a desgovernação pela qual somos conduzidos todos os dias.
nada de estranhar, conforme dissestes, todos são ambientalistas, dá prestigio, é moderno, mostra que estão actualizados, mas e evidentemente desde que isso não dê despesas, nessa altura assobia-se para o lado e avançam pela retórica de poupar dinheiro, ai são ainda mais famosos, o povo pensa primeiro com a carteira depois é que pensa no resto.
A questão dos centros de saúde não é meramente economicista. A realidade é que a prestação de cuidados de saude hoje exige uma «oficina» muito bem equipada; um centro de saúde com um «joão semana» que trata da unha encravada e opera ao apêndice já não é a prestação de um bom serviço às populações. Um centro de saúde não é um posto de primeiros socorros. As populações devem ter postos de primeiros socorros mas é preciso não confundir isso com assistência médica de qualidade, podem ter um médico que se desloca à aldeia para dar consultas, isso existe, mas o conceito de centro de saude é diferente.
O macário deve estar aflito com o orçamento. Onde pode cortar as despezas? Acho mal, mas o que me causou mais confusão foi o facto da câmara de oeiras ter posto os seus veiculos a funcionar com óleos usados, o que me parece um claro beneficio para todos nós, ter tentado legalizar a situação e, no fim, ter sido multada por fuga ao imposto sobre os combustíveis.
Quem erra aqui mais é o estado, a cegueira do ministério das finanças que, à imagem da ASAE, se comporta como um rinocerante na aplicação da lei, actuando contra os interesses do país.
Isto enquanto houver combustíveis... É que agora a coisa está a modos que escassa!
A recuperação dessas infra-estruturas já não poderá ser feita à custa de fundos comunitários, nem seria justo.
Desperdiçamos o que nos foi dado e o que herdámos, será que merecemos ser independentes como um Zimbabué?
Olha-m'esta, querem ver que já foi de férias?!
consta que anda a defender a costa de invasões romanas, apesar de que ali eu contaria mais com invasões mouras!
desculpem a invasão... gostaria de chamar a vossa atenção para a «estratégia inovadora da EDP» que pretende fazer-nos pagar pelos imputáveis (que não pagaram e abriram falência ou que não têm bens que possam ser confiscados). Assim, sugiro que consultem esta página, para consultar uma hipótese de texto e saber para onde poderá ser enviado. Obrigada.
Então e a terceira nota quando surge?
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