quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Qual é o Problema ?!


Em vários sectores da intervenção politica e social o vocábulo "problema" é constantemente chamado ao serviço !
Que os problemas não são todos iguais é uma verdade da La Palice. Menos claro é que o bom resultado da acção política dependa de uma correcta identificação dos problemas sobre os quais se pretende agir. Porquê ? Porque eles não se resolvem agindo sobre as suas consequências, mas sobre as causas que os originam.

No entanto, na hora dessa identificação , as confusões do costume tomam conta do raciocínio e é a balbúrdia habitual, com causas, problemas e suas consequências dentro do mesmo saco de gatos. Sem se identificar o alvo, é normal que se falhe o tiro!

Vejamos se conseguimos deslindar este enredo.

A acepção de "problema" há muito extravasou a noção de algo difícil de explicar ou resolver. Assumiu também a ideia de obstáculo ou contrariedade no percurso para um objectivo. Mas não um obstáculo qualquer , tipo acidente na A1 com engarrafamento , que é uma chatice e nos atrasa mas não passa disso. "Problema" sugere então algo como um “obstáculo complexo”, isto é, em que vários factores interagem produzindo efeitos que por sua vez dão origem a novos obstáculos, num ciclo de reacção negativa .

Em relação ao ambiente, a acepção de "problema" precisa antes de mais de uma escala de referência. É que questões como erosão, alterações do clima, aparecimento ou desaparecimento de espécies, ilhas, mares ou até continentes, são componentes da ordem natural das coisas à escala do tempo geológico e têm os impactos que se conhecem – novos mundos no mesmo mundo !

Fiquemos então pela conceptualização do tempo à escala do homem para a ele restringir a noção de "problema ambiental".

O ambiente em que o homem vive é ele mesmo noção do conjunto das interacções entre os factores bióticos ( seres vivos ) , abióticos ( não vivos ) e culturais, contexto de dinâmicas conflituais permanentes que se ajustam e reajustam a cada instante. Nesta acepção, "problema ambiental" será o factor ou factores susceptíveis de induzir dinâmicas cujos impactos sobre os nichos ecológicos da espécie humana coloque em causa a sua perenidade !

Alguns deles têm causas naturais. Exemplos: vulcanismo e tectónica ( problema ) provocam alterações duradouras nos locais onde ocorrem ( impacto); epidemias associadas a mutações de agentes patogénicos ( problema ) podem levar á extinção de certas espécies e alterar a relação de forças no meio onde existimos ( impacto).

Mas há casos em que os problemas ambientais são de indução humana e vamos concentrar-nos nestes com a ajuda de um exemplo.

A poluição do ar numa grande metrópole é um problema ambiental ? Diria que não.

O problema ambiental neste exemplo é o nosso conceito de cidade, a forma como o materializamos ( escala ) e o vivemos ( subsistemas complexos de energia, habitação, transportes, água, esgotos, em relações de intermináveis interdependências ) através das quais se potenciam as reacções negativas associadas às grandes concentrações populacionais.

A causa deste problema ( conceito de cidade – metrópole ) é o paradigma de vida urbana que interiorizamos , valorizamos, e nos leva a preferir viver em grandes cidades.

A poluição do ar aparece pois como mera consequência( impacto ) de mau desempenho de alguns dos muitos subsistemas necessários ao funcionamento do nosso conceito de cidade e, claro, será depois ela própria causa de outros eventuais problemas - de saúde pública, p.e..

Poderia pois dizer-se que do ponto de vista da ecologia humana e do ambiente, o único problema ambiental de facto, é a má atitude do homem moderno na sua interacção com o meio. Essa atitude é causada pelo paradigma de felicidade e bem estar que nos move culturalmente. Ela assenta numa percepção distinta do Mundo, em que como espécie nos dissociamos ( alienamos ) pela via da especialização do trabalho, da divisão de tarefas e do concentracionismo urbano, duma relação directa com as dinâmicas essenciais da subsistência. E dela ( atitude ) decorrem acções ( formas de vida – habitação, transportes, alimentação,… ) cujas metodologias e escala têm como consequência impactos importantes, alguns eventualmente irreversíveis no horizonte do nosso tempo ( inutilização de solos agrícolas, poluição marítima por metais pesados, p.e.).

A agir, é pois sobre o paradigma( causa ) para assim se modificar a atitude( problema ), porque as consequências( poluição, p.e. ) mais não podem que ser minoradas – as grandes concentrações de espécies nunca têm impactos inócuos e qualquer medida para tentar minorá-los será sempre um paliativo.

Como agir ( no caso deste exemplo )?

Regressando a concepções culturais ( educação) que ponham a tónica no comunitário em detrimento do individual ( paradigma ), de forma a predispor os indivíduos a modificar a sua própria utopia ( atitude ) e implementando modelos de ordenamento que privilegiem a pequena e média escala, onde os impactos das concentrações humanas ( poluição , p.e.) se diluem naturalmente.

20 comentários:

Fernando Dias disse...

Compreendo o ponto de vista de Manuel Rocha.
Mas desta vez vou fazer o papel de Sócrates.
O que é a boa atitude?
Se for aquela que contribui para o nosso bem-estar, então em última instância, numa altura em que estivermos com fome, convidamos outra pessoa para nos ajudar. E ela vem ajudar-nos. E nós assámo-la no forno e …
Isto é uma boa atitude?
Onde é que vamos descobrir as boas atitudes?
É um problema ?!

Manuel Rocha disse...

Pertinente, F Dias !

Aí o problema entra no dominio da sua especialidade e eu passo-lhe a palavra...:))

No caso que me motivou esta arenga ( os impactos ambientais da actividade humana...e as queixas que deles decorrem ) estou mais à vontade para ensaiar uma resposta.
Salvo melhor opinião, a ecologia e as áreas de conhecimento afins, têm hoje razoávelmente identificadas as linhas mestras de funcionamento dos ecossistemas, suas forças e fraquezas. Desses conhecimentos derivam algumas evidências já suficientemente experimentadas de ciclos virtuosos e viciosos. Uma boa atitude seria levá-los em conta no planeamento social e no ordenamento do território. Algo como deixar de fumar face ao que a medicina já conhece sobre os malefícios do tabaco...:))

Fernando Dias disse...

Como acredito nas virtudes do optimismo sigo as ideias do Manuel Rocha Vale a pena acreditarmos nas nossas capacidades de sairmos sempre por cima dos problemas, tenham sido eles criados por nós ou não.

Mas ainda me lembro de ter debatido esta questão do regresso das pessoas das metrópoles às aldeias, que os nossos antepassados haviam deixado, e passarmos outra vez a tratar da horta. Um padre que estava neste debate dizia que era por aqui o caminho. E eu perguntei-lhe se não achava que isso não só era um retrocesso histórico, como uma evolução pouco plausível da Natureza no seu todo. E ele concordou de imediato que tinha caído numa implausibilidade.

Se o optimismo for um ingrediente mental, como o virtuosismo moral do ser humano, que evolutivamente será sempre melhor, e como tal terá um efeito circularmente auto-reprodutor e reforçador, teremos sempre o melhor dos mundos, uma vez que à nossa custa ou não, um dia isto irá tudo para o maneta. Até lá, valerá a pena virtuosismo moral para nos amarmos, e optimismo para não desesperarmos.

Manuel Rocha disse...

Subscrevo F Dias,

Mas em relação ao "regresso às aldeias", olhe que não o vejo necessariamente como um regresso às hortas. A facilidade das comunicações do nosso tempo, permite que uma interminável série de tarefas seja completamente independente da localização. Aqui ao meu lado, no meio da serra algarvia, vive e trabalha um vizinho alemão que é corrector bolsista em Zurique - gere carteiras de fundos de investimento. E quanto à improbabilidade de regressar mesmo às hortas, repare que basta que as coisas apertem a sério - veja o que sucedeu na ex-jugoslávia !

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Adorei o seu texto e penso que caminha na direcção de uma teoria crítica da natureza, infelizmente desprezada, devido ao esforço mental que a sua construção teórica exige.
A sua noção de problema implica necessariamente a de problemática. Esta é uma matriz que possibilita a colocação de problemas e a sua resolução. Isto significa que existem problemáticas diferentes em rota de colisão: o paradigma instalado que resolve o problema da segurança, por ex., com mais polícias (maneira burocrática de ver as coisas, superficial e perigosa), e outros paradigmas concorrentes mas distituídos de poder ou de capacidade de o influenciar. Contudo, como mostra, não devemos desistir e 8devemos) colocar o problema do ambiente na agenda, desmistificando a lógica dominante.
Vejo com satisfação que abre a ecologia à filosofia social e política (sociologia administrativa, ignoro). Simmel definiu a atitude do habitante da cidade/metrópole como uma atitude de indiferença (blasé)... e a Escola de Chicago acompanhou-o, forjando uma nova ecologia da cidade.
O problema é que tudo isto exige muito esforço intelectual e o nosso tempo é inimigo do pensamento, porque este exige sacrifícios, além de não ser remunerado. Pelo menos, não estamos resignados e fazemos o nosso melhor... :)))

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A propósito do meu último post, devo dizer que J. Moltmann tem uma "teologia (ecológica) da criação": "Deus na Criação", linda e adequada aos seus objectivos ecológicos, até porque deriva de Ernst Bloch! :)

Manuel Rocha disse...

Blue :

Não seja pessimista !
E pense a sério nessa hipótese de ser minha concorrente...:))Vai ver que lhe faz bem....:))

Francisco:

Obrigado pelo comentário e pela dica.

Ciência sem filosofia ?! Conhecimento sem humanidade ?! Humanidade sem sentido?! Também acho que não !!

Mas concedo que a "ponte" não é fácil. Sobretudo quando se tem de desmontar "mitos" que se instalam e que os media amplificam e banalizam.

O caso deste post foi motivado por uma troca de comentários com a BlueGift em que se tocou no exemplo que uso - o mito de que o problema está no impacto e não no que o origina ! Por isso recorri a ele apenas e não me alonguei na abordagem da questão das problemáticas subjacentes...deixo isso para o seu exército de estagiários...::))))

Manuel Rocha disse...

Blue...

Não entendeu nem podia...::) mas digamos que funciono com algo no género de bed&breakfast...:))

Relativamente às estatisticas, por principio concordo consigo. Nem me leu nada a afirmar que são demagógigas. O uso de delas se faz ( e por vezes mesmo com sincera inocência ...) é que pode ter esse efeito...:))
A própria recolha e tratamento de dados, a metodologia seguida, a definição das amostras e dos intervalos de confiança respectivos, as medidas centrais ou de desvio central que se usam ( porquê a média e não a mediana ou a moda...)conduzem a resultados nem sempre coincidentes e que naturalmente sugerem leituras diferentes ( veja o caso do PIB Nacional que é medido em Lx de um modo e de outro em Bx, ambos estatisticamente legitimos ).
Portanto, há que ter cuidado na leitura das estatisticas, compreende-las desagregadas, antes de mais, para depois não ocorrerem derivas supreendentes que, com a maleabilidade que elas têm, até podem bem ser demagógicas, sim...

quintarantino disse...

Poderia pois dizer-se que do ponto de vista da ecologia humana e do ambiente, o único problema ambiental de facto, é a má atitude do homem moderno na sua interacção com o meio: eis a chave para a compreensão do futuro.

Seja o mesmo fatalista ou não.

Vi aqui algumas abordagens nas quais se hesita entre o regresso à natureza, à aldeia, quiçã à horta, quase como se se fosse fazer a regressão àquele passo inicial em que nos desviámos do caminho do Bom Selvagem (Rousseau).

Contudo, e porque também Hobbes meteu bedelho na questão da natureza humana, há ali o lado negro dentro de cada um.

Não no sentido da guerra pela guerra, mas aqui já no passo de determinar a existência pelo acumular de coisas materiais.

Penso que, grosso modo, todos hesitamos em ganhar a coragem para nos embalarmos e ir por aí fora. Uns para o monte, outros para Goa, alguns para o místico Pacífico Sul, outros ainda, mais prosaicos, para um pouco mais de verde, de bucolia.

Mas, como dizia ali a Bluegift, depois sobrevem aquele momento de "e uma vez lá chegado que farei? os meus discos, os meus livros, o meu duche de água quente...".

Não sei como, nem se algum dia lá chegaremos mas seria necessário encontrar o ponto equidistante que nos permitisse aliar e conciliar o melhor destes dois modos de viver a vida e de a encarar.

Em vez de problemas, um compromisso!

Essa atitude é causada pelo paradigma de felicidade e bem estar que nos move culturalmente. Ela assenta numa percepção distinta do Mundo, em que como espécie nos dissociamos ( alienamos ) pela via da especialização do trabalho, da divisão de tarefas e do concentracionismo urbano, duma relação directa com as dinâmicas essenciais da subsistência. E dela ( atitude ) decorrem acções ( formas de vida – habitação, transportes, alimentação,… ) cujas metodologias e escala têm como consequência impactos importantes, alguns eventualmente irreversíveis no horizonte do nosso tempo ( inutilização de solos agrícolas, poluição marítima por metais pesados, p.e.).


A agir, é pois sobre o paradigma( causa ) para assim se modificar a atitude( problema ), porque as consequências( poluição, p.e. ) mais não podem que ser minoradas – as grandes concentrações de espécies nunca têm impactos inócuos e qualquer medida para tentar minorá-los será sempre um paliativo.


Como agir ( no caso deste exemplo )?


Regressando a concepções culturais ( educação) que ponham a tónica no comunitário em detrimento do individual ( paradigma ), de forma a predispor os indivíduos a modificar a sua própria utopia ( atitude ) e implementando modelos de ordenamento que privilegiem a pequena e média escala, onde os impactos das concentrações humanas ( poluição , p.e.) se diluem naturalmente.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Até gostei da intervenção do Quin: uma proposta; apenas não gostei "do comunitário em detrimento do individual". Muito comunitarismo, pouco liberal. Uma sociedade plenamente desenvolvida implica indivíduos desenvolvidos e vice-versa: o pior não é reduzir o consumo, mas levar as pessoas a pensar. Se elas fossem mais "pensadoras", seria mais fácil convencê-las a alterar certos esquemas, hábitos e estilos... :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Peço desculpa ao Quin: Afinal a frase é da autoria do Manuel Rocha.
Agora fiquei confuso! Poderia explicitar melhor o sentido dessa frase? A controvérsia comunidade versus sociedade é antiga e Tönnies deu-lhe a sua versão, sendo actualmente recuperada pelos filósofos comunitaristas, tais como Taylor, MacIntyre ou Sandel, contra o liberalismo de Esquerda, mediante o regresso a Aristóteles. Por isso, reagi e sinceramente não detectei esse fio condutor no seu texto.
Abraço

Manuel Rocha disse...

Francisco:

A frase que critica ao Quin, não é dele, é minha...::))

De resto estou inteiramente de acordo com o conteudo do seu comentário e como se depreende do texto é nesse sentido que a uso ou, se quiser, no sentido em que Soljenitzin falava da auto-limitação individual, como condição incontornável para a existência de uma sociedade verdadeiramente livre e democrática.
Nos dias que correm, mais que o individualismo em si, preocupa o seu exercicio alienado, i.é, o individuo que se pensa a si proprio como peça independente de um sistema que o sustenta "pela ordem natural das coisas"!!! O sentido em que refiro comunidade, é o da imprescindivel interdependencia social...::))


Quin,

Sabe que a questão que coloca no seu comentário por vezes a leio apenas como uma magnifica desculpa...::)) Não há casa abandonada neste deserto interior a que se ainda se chama Portugal que não tenha plantado à porta, onde se chega em asfalto, um poste da PT e outro da EDP, nem há cabeço que não tenha tres antenas de telemóvel! E eu, que vivo a 20 km da cidade mais próxima, farto-me de rir quando alguém acha "que é longe " um percurso que eu faço num quarto de hora, quando quaisquer 5 km em teatro urbano não se fazem em menos de uma hora, ...certo ??

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Então, no Porto, perdemos mais horas (muitas por dia) a percorrer de carro pequenas distâncias que mais vale ir com as nossas próprias pernas. Perda de tempo! Depois alguns querem estacionar o carro dentro ou em cima do local para onde se dirigem!
Obrigado pelo esclarecimento! :)

quintarantino disse...

Manuel, primeiro peço desculpa por ter pilhado a frase sem as aspas...

Em segundo lugar, por vezes é mesmo uma desculpa mas ohe que cá por cima eu conheço aldeias onde o cheiro a rusticidade predomina mas onde os estercos fluem para fossas ao lado de poços, por exemplo.

E depois tem de convir que nem todos compartilham deste nosso espírito semi-franciscano de sermos capazes de fazer o percurso de saída da cidade.

Nem sempre fácil ainda por cima.

Às vezes, ela entra-nos pela casa adentro...

antonio ganhão disse...

Bem eu até comentava mas estou com um problema...

O retorno às "boas maneiras". Não sei. Acho que temos que encontrar os mesmos princípios de sempre nas maneiras de hoje, que boas ou más, são as que temos e através das quais percepcionamos o mundo.

alf disse...

Aqui está um post que eu entendi do princípio ao fim eheheh

Muito bem colocada a questão do problema; mas o problema é que a questão de saber qual é, de facto, o problema, é muito mais complexa do que parece. Isto porque temos a cabeça cheia de pressupostos que não nos deixam chegar ao problema.

definir metodologias para identificar o problema é objecto de altos estudos dos Estados Maiores das forças armadas

Exemplo disso é a questão urbana. Arrumar as pessoas em cidades tem inumeras vantagens ambientais. Ou seja, a solução do problema: "como organizar a sociedade humana" tem uma resposta: "em cidades". Depois há outro problema: "que cidades?". Gostei muito da solução de Berlim, com vastos arredores espaçosos de predios de 3 pisos muito bem enquadrados em bela vegetação. O oposto da Calçada de Carriche, por exemplo...

Anónimo disse...

Alf:

Desculpe-me interpelá-lo directamente mas de facto não entendi o seu comentário no contexto deste post, porque me pareceu que ele trata e consegue fazer uma ilustração consistente de identificação "do probelma" numa área que se presta á maior das confusões !
Terá o Alf uma acepção alternativa ?

Matilde Costa

alf disse...

Matilde Costa

Desculpe o atraso na resposta mas tenho andado muito ocupado...

O meu comentário destinava-se a frisar o que o manuel rocha afirma, não a contestar.

Eventualmente, poderei não estar inteiramente de acordo com a ideia de que a causa da má qualidade urbana seja um problema de raiz individual; para mim é sobretudo um problema de má organização social, de existirem uns indivíduos que conseguem fazer sobrepor os seus interesses aos interesses colectivos.

Construir grandes prédios de má qualidade dá muito mais dinheiro a ganhar não é?

Agora, corrigir isto passa efectivamente pela existência de cidadãos com maior capacidade de intervenção e de oposição. Portanto, mais formação. Para que os cidadão sejam mais "potentes", gerando uma sociedade mais forte, logo diminuindo a capacidade de uns quantos para se sobreporem ao interesse colectivo.

Ou seja, a meu ver, o problema não existe por as pessoas estarem pouco sensíveis para ele mas por serem demasiado fracas para se poderem opor; de qualquer forma, a solução é a mesma: mais formação!

antonio ganhão disse...

Falta aqui humanidade... demasiado académico.

Manuel Rocha disse...

Absolutamente de acordo, António !

Mas essa intenção não estava lá à partida. Foi tentativa de centrar conceitos à deriva nos comentários...:)