quinta-feira, 6 de março de 2008

Espiráculo ou Espectáculo ?



Qual destas estruturas é um “proboscis”?

a- o gonopódio de um tubarão
b- a tromba de um elefante marinho
c- a bolsa do canguru
d- a presa da morsa
e- as antenas do gafanhoto

Julga que foi apanhado pelos “Desprevenidos”?

Desengane-se!

Está a responder na Final Nacional de 2007 das Olimpíadas do Ambiente!

Se quisesse terminar com 100 % de respostas certas, teria ainda de saber quem pertence à família dos Monodontidae, se a víbora cornuda é um Homodonte, como se chama o golfinho mais velho do mundo, entre outras pérolas daquilo a que, depreende-se, a denominada Comissão Organizadora considerou conhecimentos imprescindíveis a uma atitude ambiental informada.

A iniciativa, que já decorre há alguns anos e se estende por escolas de todo o País, contando, como é prática corrente, com apoios e logísticas consideráveis, culminou no ano transacto na referida Final Nacional, que decorreu naquele que vem sendo considerado como um dos principais “equipamentos de educação ambiental do Algarve”: o Zoomarine, um conhecido parque aquático que se situa algures entre um circo ao ar livre e uma variante zoológica das muitas caixas registadoras do All-garve que entretêm os turistas parolos que não sabem o que fazer nas férias.

A relevância desta informação serve somente o propósito de ilustrar o que foi dito nos posts anteriores sobre a interacção entre os objectivos “verdes” de certas empresas, o activismo ambiental e a Educação Ambiental na escola pública. De facto, as “Olimpíadas do Ambiente” são uma organização da Quercus. Exacto, da Quercus. Para se chegar até às finais, há uma série de eliminatórias que decorrem nas escolas e cujo desenho, em tudo semelhante ao conteúdo da final, ilustra na plenitude a ignorância, o oportunismo e a idiotia que campeiam em matéria de EA, mesmo nas entidades que têm pretensões de liderança da opinião pública em questões de ambiente.

Confesso que no exame em causa chumbei clamorosamente! A verdade é que não sabia se o ozono era ou não um Protóxido de Hidrogénio, se os golfinhos emitem sons pelo espiráculo ou pelo espectáculo, não fazia a mais pequena ideia de quantos monumentos naturais existem em Portugal e, coisa acima de todas inaceitável, eu não sabia nem sei que percentagem de árvores a Amazónia irá perder se a temperatura aumentar de 2 a 3 graus!!

Ou seja, julgando que me mantenho a par das coisas que vão acontecendo ao ambiente, seria levado a concluir que tenho andado com a focagem errada.

O caso é que, como já percebeu quem perdeu algum do seu precioso tempo a ler-me as arengas, me preocupam as políticas de transporte individual e rodoviário em detrimento do público, as soluções arquitectónicas “frescas de Inverno e quentes de Verão”, a construção em leito de cheia e em solos agrícolas, o atulhamento compulsivo dos sistemas estuarinos, o monumento à estupidez dos diques da Costa da Caparica mas… não sei que animal é representado no símbolo do PNSACV, outra das perguntas da “final”!

Também é verdade que procuro estar atento à evolução dos padrões de consumo, à quantidade de inutilidades multi-empacotadas que se consomem todos os dias, às dietas de importação das cantinas escolares, à promoção simultânea da reciclagem e do consumo (como se sabe se não se consumir inutilidades a reciclagem deixa de ser “sustentável” e não queremos isso…) mas, mais uma vez, distraí-me, e não reparei se o buraco do ozono se abre mais em Janeiro ou em Agosto, questão que a Quercus, ou alguém por ela, considera ambientalmente incontornável!

Como para grandes males só mesmo grandes remédios, já decidi que no próximo fim de semana, em vez de perder tempo a reflectir sobre as assimetrias regionais, o sobrepovoamento do litoral e a desertificação do interior, a degradação do montado, o impacto da expansão dos regadios e a degradação dos solos, a sobre - exploração dos aquíferos ou outras irrelevâncias que tais, como a confrangedora incapacidade dos burocratas do ambiente e dos professores em geral em gizar conteúdos com pertinência ambiental, vou passar um dia ao Zoomarine.

Estou convencido que depois de ver catatuas a andar de bicicleta, leões marinhos a bater barbatanas e golfinhos às cambalhotas, serei um cidadão ambientalmente melhor preparado, sabendo, inclusive, se o mito das sereias, esse problema ambiental a todos os títulos incontornável, tem a ver com o crocodilo do Nilo ou com o manatim das Américas!

26 comentários:

alf disse...

Se a temperatura aumentar 2 ou 3 graus, o número de árvores da amazónia... aumenta!

Além de irrelevantes e circunstanciais, essas perguntas são ainda mentirosas.

para responder a essas perguntas não é preciso ter qualquer preocupaçao de natureza ambiental, preocupar-se com os problemas, pensar! Não é preciso PENSAR! Basta encornar as respostas que se encontram num qualquer manual. Não é preciso ter IDEIAS.

Sobretudo, sobretudo, e isto é o mais importante, nada de pensamento autónomo. Não queremos que as pessoas andem para aí a pensar pela cabeça delas, pois não? Graças a Deus que a maior parte nem está para isso!

Vem agora aqui o Manuel a querer que as pessoas pensem!!!! Que ideia terrivel! Onde iriamos parar!

(O melhor é fazer um clube de pensadores autónomos; quem quiser pensar que se vá juntando; é preciso construir uma alternativa)

O post está magnífico, os seus posts estão cada vez melhores.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Que perguntas idiotas! De facto, não são adequadas para levar as pessoas a pensar no ambiente, embora esses conhecimentos devam ser ensinados no zoologia (biologia). A abordagem molecular não é suficiente para espevitar o espírito! Saber classificar um animal ou uma planta dá trabalho mas também dá gozo. Estes conhecimentos de taxonomia e de morfologia são importantes e podem levar a uma visão mais profunda do ambiente e da biosfera. É preciso reconciliar as abordagens.
Bom post! :))

Manuel Rocha disse...

Alf e Francisco,

Pois é deste tipo a EA que maioritáriamente se faz!

Esta iniciativa das olimpiades do ambiente é paradigmática, porque consegue a proeza de ser a antitese do que deveria ser a EA .

Como diz o Francisco, os conhecimentos de taxonomia e morfologia, como quaiquer outros, são importantes e devem ser transmitidos. Durante esse processo podem ser empreendidas dinâmicas de EA. Se o espiráculo for o pretexto para se falar da adaptação dos mamiferos aos ecossitemas marinhos e da medida em que eles podem ser afectados pela interacção com as actividades humanas, estariamos a fazer EA. As perguntas revelam que não foi esse o caminho. Confunde-se EA com botãnica, biologia, zoologia. Mas, pior, como diz o Alf,confunde-se com má informação e "propagam-se" ideias erradas.

Anónimo disse...

Para fazer "Olímpiadas do Ambiente" é preciso que as respostas sejam simples ou de escolha múltipla. (*)
Fazer uma pergunta, sobre um dado "problema", com mais de 3 parágrafos e que implique uma resposta ainda mais extensa só mesmo na Internet(nos testes do Secundário não pode ser sob pena das notas descerem significativamente).

* - Creio que no caso das Olimpíadas da Matemática e da Física os problemas fiam mais fino.

Anónimo disse...

Manuel,

Esta iniciativa parece talhada por medida para as suas criticas.

Pegando no comentário do Osvaldo Lucas, gostava de conhecer qual seria a sua sugestão se lhe fosse proposta a elaboração de um questionário sobre ambiente para as ditas olimpiades, por exemplo.

Matilde

Rita disse...

Olá Manuel,
As Olimpíadas do Ambiente são organizadas pela Quercus, pela Univ Católica e pelo Zoomarine, e as perguntas estão adaptadas ao programa dos alunos. Mas estive a passar em revista os enunciados da última fase das olimpíadas e não encontrei essas perguntas. Não se terá enganado nas olimpíadas?

Rita disse...

Pois é, nada como investigar melhor...:) As perguntas que o Manuel Rocha refere foram feitas na final de 2007, depois de um workshop sobre várias vertentes do ambiente no qual todos os alunos que vão à final têm o direito a participar. A final faz-se depois de os finalistas assistirem a vários seminários de formação ambiental e as perguntas são feitas dentro desse contexto. A víbora cornuda é referida, e muito bem, porque é um endemismo em Portugal, tão importante como o lince, ou mais ainda porque enquanto o lince foge se nos vir por perto, esta ferra e temos que ir ao hospital no espaço de 24 hr.
De qualquer maneira, as perguntas da 2ª fase das Olimpíadas de 2008 estão no meu blog para que haja a devida correcção.

Manuel Rocha disse...

Osvaldo,

Que as perguntas sejam simples eu entendo e até apoio, porque há muitas questões elementares que são ignoradas "olimpicamente".

Quanto às perguntas de escolha multipla é que já não sei se serão melhores para a causa ou para facilitar a vida a quem corrige...


Matilde,

Vou responder num novo post logo que tenha vagar, ok ?

Não quero que diga que fujo às questões complicadas....:))

Blue,

Pois a questão é essa !
Há muita informação, de facto, mas falta-lhe integração de forma a que ela permita uma "literacia ambiental" que não existe...

Rita,

Então ?!
Bricamos com ´coisas sérias ?!
As questões que refiro foram todas retiradas dos enunciados A e B entregues para resposta aos piquenos que estiveram na final do zoomarie no ano passado. Aliás, na altura publiquei um artigo de teor semelhante a este post. Disseram em resposta que era muito fácil criticar desde o "conforto do sofá", mas não questionaram a conformidade das questões.

Por lapso esqueci-me de incluir a UC nas criticas que deixei. Obrigado pela lembrança...:)

Quanto à conformidade das perguntas aos programas, não o contesto ( depois poderemos falar deles...) Ainda assim, mesmo com os programas existentes, seria possivel construir questões com relevãncia ambiental, ou não ?

Manuel Rocha disse...

Rita,

Ok, assim está melhor...:))

Quanto à vibura cornuda, tal como sucede com muitas outras matérias questionadas, tem pertinência. Absolutamente. A minha objecção está na forma. A uma formação ambiental requere-se mais que conhecimentos de zoologia ou de higiene civica. Estamos de acordo ?
:))

Rita disse...

Estamos perfeitamente de acordo, faça o favor de ver as perguntas das Olimpíadas "chez moi", e ter em conta que as perguntas que referiu foram enfiadas nas Olimpíadas no referido contexto:)

antonio ganhão disse...

Para a relevância dos factos, eu defendo que quem não sabe se a víbora cornuda é um Homodonte, não tem outra saída se não dedicar-se ao gasto tema das construções em leito de cheia ou a discutir o transporte colectivo em detrimento do individual.

Isto tudo quando os protóxidos de hidrogénio podem pôr em causa a probocis da tromba de um elefante marinho!

Mas o mais grave é o ataque ao maior parque de preservação cinegética do país e a uma das nossas maiores receitas: o turista parolo.

Anónimo disse...

Eu como não percebo nada de víboras cornudas (pobres bichos, já não lhes bastava serem víboras ainda por cima são cornudas), pergunto se a ida ao ZOOMARINE valeu a pena :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, entendi: este fim-de-semana foi ao Zoomarine! Já passei lá várias vezes mas nunca entrei. Fez bem: ver animais (não-humanos) relaxa...

E. A. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
E. A. disse...

Ui! Já fui umas 10 vezes ao Zoomarine e n sou turista "parola", senhor Manuel! Aquilo até é giro, passa-se uma tarde agradável e como tenho casa pertinho, leva-se lá as visitas!

Desde há 15 anos que os shows são sempre iguais! Deve ser difícil instruir um animal a fazer palhaçadas, ou melhor, a humanizar-se...
A "nova" aquisição, as aves de rapina, são magníficas, voam a grande velocidade sobre as nossas cabeças!

Manuel Rocha disse...

Ui, Papillon !!

Com o peso de toda a consideração que tenho por si, em coerência tenho que manter que o adjectivo “parolo” me parece perfeitamente adequado ao tipo de espectáculos com animais que se promovem no recinto em questão.

Claro que sendo esta a minha ( modesta ) opinião, ela vale o que vale ( pouco ) e tem a ( ir)relevância que tem, mas tentarei justifica-la.

A verdade é que em geral não aprecio as modalidades circenses que envolvem exploração abusiva das performances de incautos animais cuja disponibilidade para o acto ninguém questionou. Considero-as uma afronta à dignidade a que qualquer bicho tem direito e que antes de mais deveria ser reconhecida na prática pelo bicho que reclama da sua racionalidade para se dizer superior a todos os outros, embora na prática esteja sempre a dar barraca, como é o caso.

No principio do século passado os gauleses tinham por rotina domingueira passear-se pelo Bois de Bologne entre as reproduções das aldeias africanas devidamente habitadas por uns infelizes que tiveram o azar de ser “contratados” para ali representar o papel de “exóticos”. Até há pouco tempo qualquer circo de feira exibia as aberrações da genética humana como grandes atracções de bilheteira, tipo o gigante de Moçambique ao lado do homem mais pequeno do mundo. Ao zomarine, vamos ver catatuas a andar de bicicleta. Exactamente o mesmo género de atitude. Claro que se para a classificar quiser sugerir outro adjectivo menos “parolo”, a considerarei.

O caso muda ligeiramente de figura quando se trata de considerar o zoomarine um “equipamento de EA “ e incluir nessa categoria as actividades que nele se desenvolvem. Aí é que “parolice” me soa francamente curto. Então numa região que tem uma avifauna residente e em trânsito migratório perfeitamente notável, parques naturais ( o da Ria Formosa com espectaculares infra estruturas à mingua de uso ), sítios de rede natura e de reserva ecológica admiráveis, onde qualquer poça da baixa mar tem mais biodiversidade num metro quadrado que o referido circo em hora de ponta, é o dito que merece a cooperação da UC e da Quercos para “iniciativas nacionais” de EA” ?!

Claro que os gestores do parque estão de parabéns pelo magnifico marketing de imagem que têm sabido fazer. Eles sim, não são nada parolos.

Manuel Rocha disse...

Quint,

O que eu fiz foi apenas dar ao António excelente material para uns exercicios de escrita criativa, como de resto já se pode ver pela amostra que nos deixou....:))

E. A. disse...

Bom dia!

Como é que o Manuel atribui "dignidade" e "direito" a animais, se estes conceitos são próprios dos humanos? N lhe parece tb um antropomorfismo?

Segundo e consequentemente: os freak shows tinham precisamente seres humanos como protagonistas que eram apresentados e tidos como aberrações e monstros por deformações e doenças congénitas. Mas tb lhe digo que, caso n saiba, era a única maneira destes "freaks" ganharem dinheiro e se sustentarem, alguns deles fizeram mesmo pequenas fortunas e era do seu agrado esta exposição pública, mal-grado a sua enfermidade. Mas, qual "Elephant Man", tb considero indecente o aproveitamento, mesmo que bem remunerado e consentido, de doenças e malformações, que são do foro íntimo, para a distracção do povo.

Ora, n é isto que se vê no Zoomarine. Os melhores biológos marinhos portugueses e estrangeiros trabalham lá e cuidam e amam aqueles animais como ninguém. Aliás, o Zoomarine funciona tb como depositário transitório de animais selvagens encontrados doentes ou feridos e q sao devolvidos ao seu habitat. Que me diga que os shows pela sua caricatura humana são ridículos, tb concordo. Mas o objectivo tb é esse: fazer rir!! Distrair! Entreter! E desde que n façam mal aos animais, n vejo mal nenhum!

Manuel Rocha disse...

Olá Papillon!

Obrigado pela sua resposta.

Quanto à questão da dignidade relativa aos animais, gosto de a pensar de uma forma “reflexa”. Ou seja, não vejo razão para que a dignidade que desejo para os da minha espécie não seja válida para as restantes.
Eu sei que mesmo entre os humanos a questão da dignidade tem sido sujeita a uma certa relativização. Mas, enfim, pelo menos oficialmente a escravatura parece estar abolida como prática “normal”.

Ora eu dou de barato que em certos casos alguns escravos até poderiam ter maior qualidade de vida nessa condição que como cidadãos de pleno direito. Mas, julgo eu, tal não decorria de uma opção própria. E isso não abona,quanto a mim, a favor da dignidade de quem é escravo, nem de quem o mantém como tal.

O mesmo raciocínio aplico aos animais que mantemos aprisionados em condições artificias para uso lúdico, pois não é por ser de “luxo” que uma prisão deixa de o ser.

Depois, no caso concreto, há um outro aspecto menos óbvio. Quando as catatuas e as araras dão ao pedal no Zoomarine para deslumbramento das criancinhas, estas agarram no braço do papá e reinvidicam um exemplar para o aniversário. Ou seja, estes tipos de equipamentos e diversões, ou filmes como o “Nemo”, despoletam nos antípodas dinâmicas super predatórias de captura para satisfação do nosso desejo de “consumir ambiente”que, por exemplo, está a colocar em sério risco inúmeras barreiras de coral devido ao uso de cianeto de mercúrio na água para atordoar os peixinhos coloridos que alguém capturou nos corais para que estejam disponíveis na loja onde os compramos.

Quanto aos animais que são tratados e devolvidos à natureza, acho muito bem, nobre trabalho! O meu vizinho César dedica-se exactamente ao mesmo. Ainda há dias libertou um noitibó que semanas antes tinha ficado seriamente “danificado” quando lhe entrou pela grelha do jeep. Claro que como o meu vizinho César não tem um parque zoológico, não viu necessidade de convocar a imprensa para dar cobertura ao evento.
:)

E. A. disse...

Gostaria de fazer duas notas consequentes do que disse:

Em primeiro, a gravidade (se a admitirmos) dos espaços como Zoomarine e zoológicos em geral, é tanta como a adopção por "estima" de animais domésticos. As pessoas tb têm cães, gatos e periquitos para fins próprios de prazer.

Em segundo, se as crianças pedem aos pais catatuas e araras por que as vêem a fazer malabarismos no Zoomarine, e os pais consentem-nas, então há imputabilidade clara aos pais, fracos educadores, que n estabelecem hierarquias de valores aos seus filhos, e os iniciam na vertigem inconsequente do consumo, como aliás o Manuel tem vindo muito bem a denunciar nos seus artigos.

Anónimo disse...

Tenho algumas reservas quanto a tratar e libertar animais de volta no meio natural:
- A maior parte morrerá no curto prazo, tivesse ou não passado por algum facto que o tenha levado a um "hospital de animais", devido à selecção natural.
- Muitos dos animais são comuns. Li algures que existiria uma lontra por km linear de ribeira em Portugal. Qual é o interesse, ou melhor a razão custo/benfício) de tratar/recuperar de uma lontra órfã ou ferida?

Manuel Rocha disse...

Papillon, Carissima:

De acordo quanto ao primeiro ponto e quanto ao segundo também, mas aqui com uma ressalva: quem não tem consciência não é imputável ! Ora essa condição faz parte do problema, e nestas situações "legalizadas" acaba por ser potenciado.



Osvaldo,

Concordo consigo. Muitas dessas acções têm mero significado simbólico. Importa sim o que afecta a viabilidade dos habitats. Sem eles, qualquer estratégia de conservação de espécies é uma actualização da técnica do "formol".

Unknown disse...

Bom, este texto parece-me tão ácido e tão "cirurgico" que, "das duas uma", ou o autor tem uma visão muito negativa da vida ou então está muito ressabiado com a Quercus e/ou com Zoomarine... Terá sido demitido por alguma destas instituíções?

Ana Simões (Aninhas.simoes@gmail.com)

Manuel Rocha disse...

Não, Ana !

:))

O autor não tem qualquer conflito de interesses nem com a Quercos nem com o Zoomarine nem com a UC !

No entanto, tem tudo contra a má prática da educação ambiental e os oportunismos vários que rodeiam o tema "ambiente".

Esclarecida ?
:)

Obrigado pelo comentário !

Anónimo disse...

Concordo com o autor, no que respeita à excessiva especificidade das perguntas da final nacional das olimpíadas do ambiente de 2007, que em nada contribuem para o conhecimento alargado do ambiente.

No entanto as olimpíadas e a sua avaliação vão bem mais longe do que apenas essas perguntas. Eu participei nessa edição e a verdade é que a componente das perguntas não foi o mais importante. Desafiaria o autor a estar presente na edição de 2009, se conseguir ultrapassar a sua alergia demonstrada às entidades organizadoras. Gostei do humor da Ana sobre esse assunto.

Quanto ao Zoomarine, nitidamente o autor nunca teve a oportunidade de participar numa visita guiada pelos seus educadores, como eu e os meus colegas tivemos em 2007. Perceberia o quão longe da realidade e demagógica é a sua descrição daquele parque zoológico, que faz mais pela educação ambiental e pela conservação da natureza que os organismos estatais. Só andando com a cabeça enfiada na areia se pode resumir aquele parque a um bando de araras a andar de bicicleta.

Mas os meus parabéns pelo seu texto. Está muito bem escrito e foca alguns pontos bem importantes.

Manuel Rocha disse...

Caro Pedro,

Se tiver pachorra para passar os olhos pelo que fui deixando nos comentários, verá certamente que não só não resumo o Zoo a um bando de araras como ainda por cima isso não contribui em nada para melhorar a imagem que dele tenho. Lamento. E se precisar de alguma adenda em particular sobre a questão da "cabeça enfiada na areia", pois convide-me para um cafezinho que terei todo o gosto. Pago eu. Combinados ?