domingo, 7 de dezembro de 2008

O Empate


Embora com objectivos idênticos, de defesa de interesses de classe, as corporações não são todas iguais. As funções que desempenham determinam as suas estratégias de actuação mas, além disso, também diferem nas condições concretas que estão na origem da composição do seu património humano. Concretizando, enquanto a classe médica é composta por profissionais que encararam a medicina como primeira opção, há muita gente na classe de enfermeiros que gostaria de ter entrado em medicina...mas que não entrou. Claro que daqui não resulta de todo que sejam maus profissionais por isso. Mas a verdade é que existem áreas profissionais que de alguma forma têm funcionado como uma espécie de “posta-restante” para quem, pelas mais variadas razões, não conseguiu seguir a via que desejava. Neste aspecto, o caso da docência é paradigmático.


Nos últimos vinte e tal anos, a via do ensino tem sido para muitos a última porta de acesso ao ensino universitário. Faça-se um estudo dos processos de candidatura ao ensino superior e percebe-se bem do que falo. Este, em geral e na via do ensino em particular, teve óbvias e conhecidas dificuldades para conseguir responder proporcionalmente em qualidade ao crescimento que ocorreu na sua procura. Entretanto, licenciados noutras áreas com o mercado de trabalho saturado, também acabaram por encontrar no ensino a alternativa possível. Claro que daqui não decorreriam razões válidas para explicar qualquer tipo de menor empenho ou competência da classe docente. Quer dizer, não decorreriam se se soubesses que a formação de uns e outros se tinha pautado por critérios de exigência ao nível dos conteúdos objectivos de conhecimento técnico, cientifico ou pedagógico, e não terá sido sempre assim. Nisso o Ensino Superior tem importante quota parte de responsabilidade, e se recordarmos as tradicionais guerrilhas de notas finais, ficamos bem ilustrados. No entanto, ainda assim, nada que não fosse possível ultrapassar se à entrada da escola os candidatos à docência fossem encontrar um enquadramento que ajudasse a suprir as deficiências naturais que trazem consigo. Mas quem é que nas ultimas décadas os tem recebido quando lá chegam ? Uma malta grisalha e nem sempre bem disposta que tem um percurso de vida muito particular e insuficientemente compreendido pelas gerações nascidas a partir da década de sessenta.


No período pós 74, as estruturas do ensino ( e outras, mas hoje é destas que falamos ) foram “reforçadas” por uma rapaziada muito simpática de duas origens distintas: PREC e ex-colónias. Quem veio do PREC teve nele mesmo a sua principal habilitação. Resumidamente, pode-se dizer que nos meios universitários o tempo do PREC foi uma espécie de “experiência pedagógica de ensino de massas”, em que a tradicional frequência das cadeiras foi substituída com sucesso ( a avaliar pela quase inexistente taxa de reprovações… ) pela participação em RGA’s, RGE’s, Manif’s ( próprias e alheias …) e outros eventos afins, tipo sessões de esclarecimento do MFA. Essa experiencia teria sido um elemento curricular de vulto se tivesse permitido a quem a fruiu empenhadamente perceber a diferença entre idealismo e praxis politica e transportar esse conhecimento para os seus futuros profissionais . Mas, do que conheço, o que transportaram para o futuro, nomeadamente para dentro das escolas, foi um contagiante “nacional porreirismo” que até poderia ter contribuído para criar um ambiente ainda mais descontraído no meio escolar se não fosse o caso de ter colidido de caras com um outro grupo de gente que na altura chegou a Portugal com muitas e boas razões para estar mal disposta: os retornados. Seguiram-se tempos tensos em que a resolução dos problemas do ensino e da aprendizagem que vinham de trás foram preteridos pela urgência de conseguir um “encaixe” funcional destas distintas disposições. Eventualmente esse encaixe foi conseguido mas segundo lógicas de pacificação que não contribuíram em nada para responder de forma eficaz e organizada ao tremendo crescimento da escolaridade que entretanto se verificou. Não contribuíram porque se tratavam de culturas distintas, de disponibilidades distintas, e ainda porque se fizeram sobre uma re-hierarquização anómala que resultou de um incidente administrativo. É que o desempenho público de funções idênticas fruia no ultramar ( a titulo de incentivo à colonização ) de um estatuto mais elevado na carreira , que se manteve quando do retorno, e se instalou como um vírus na função pública, degenerando numa alteração de hierarquias que acabou por conduzir à desestruturação pura e simples de qualquer noção de autoridade como sinónimo de competência ou do seu exercício enquanto tal. Esta cultura, cozinhada sobre uma paz mal negociada, passou a acolher, aculturar e integrar as novas vagas de pequenas, médias ou grandes frustrações que desaguaram no ensino. Como também acolheu, exasperou, e depois assimilou ou escorraçou, os fluxos minoritários de competência que chegaram ao ensino por opção. Aos grisalhos acantonados, a última coisa que lhes interessa é ter de demonstrar no fim da vida profissional, competências que nunca adquiriram; aos poucos competentes que percebem isso, a última coisa que interessa é serem avaliados por quem obviamente não tem capacidade para o fazer; quanto à restante maioria faz o que sabe fazer melhor - aposta no “x”!

De facto, o “empate” tem sido, desde 74, a grande estratégia da classe docente para gerir a paz podre que esconde, dentro desse autêntico saco de gatos que é a escola, rivalidades, frustrações, incompetências, nepotismos e comodismos difíceis de adjectivar. Por isso é que nunca houve ministro ou tentativa de reforma que tivesse merecido nota positiva. Ora, como é óbvio, o esquecimento tácito destes incidentes da história recente, são muito convenientes para o corporativismo instalado. É que, a par do tremendo deficit de cultura democrática vigente, são estas razões e não outras que definem o entrave estrutural à mudança no sector da educação, uma vez que explicam o processo de construção de um capital humano individualista e conservador e ajudam a entender a essência da sua tradicional aversão à cooperação institucional e a reformas que ao pretenderem avaliar desempenhos irão inevitavelmente trazer à superfície demasiadas verdades inconvenientes .

35 comentários:

Fernando Dias disse...

Perspicaz!

Este empate que redunda numa espécie de quadratura que eternaliza esta sociedade egoísta:
1 - passagens administrativas
2 - falta de vocação
3 - emprego em vez de trabalho
4 - incompetência

Um abraço

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Sim, com a vinda dos "retorndos", Portugl melhorou em termos sociais e culturais, porque eles tinham um outro estilo de vida mais elevado, embora os angolanos sejam distintos dos moçambicanos, de resto mais marcados pela cultura anglosaxónica. Mas acabaram por se integrar e o resultado é mais do mesmo: incompetência.

As passagens administrativas, essas sim degradaram tudo, bem como certas ideias de esquerda. nomeadamente a liberdade sem responsabilidade e a terrível igualdade. Portugal perdeu sempre o comboio da frente: o problema deve ser estrutural no sentido de estar gravado nos luso-genes da inteligência reduzida. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

A substituição do exame nacional de filosofia pela sociologia revela também o perfil da ministra da educação: interesse corporativo e falta de sentido cognitivo. Sociologia é lixo. :(

Anónimo disse...

Este seu post é um retrato fiel de muitas das escolas por onde passei. O confronto prec/ retornados na escola onde estagiei era por demais evidente. E não tenho dúvidas de que há por aí ainda imensos resquicios desses tempos, nomeadamente nos "delfins" do regime que se instalaram nos directivos. Quanto ao acompanhamento dos estágios, no meu caso foi de bradar aos céus.
Excelentes estas suas análises. Vê-se que tem da escola e da politica a distancia e o conhecimento bastantes para ser objectivo.
E escreva mais sff, ou anda perguiçoso ?


Florbela

antonio ganhão disse...

Pois eu aplicaria esta linha de raciocínio aos gestores bancários... se estes têm a garantia última do estado, sem qualquer tipo de avaliação ou consequência, por que se deve pedir aos professores algo de diferente? Venha lá uma estratégia de apaziguamento!

Este foi um país que nunca aprendeu a jogar ao "verdade ou consequência"!

A culpa é dos retornados? Tss.. Tsss...

Anónimo disse...

Bem que eu devia ter desconfiado que a pausa relativamente longa na escrita trazia água no bico.
Se um certo saúrio descobre esta abordagem, está o meu amigo tramado! :)

Algumas ideias novas para um problema que, por força do berreio institucionalizado, parece ser de agora, culpa exclusiva de uma pessoa, quando, na verdade, é um problema de décadas e culpa de muitos.

Não sei se o empate resulta apenas da quadratura anunciada por alguns comentadores que me antecederam, mas encontra aí parte do seu fermento.

Aduziria ainda o laxismo em que muitos se deixaram instalar, a lei do menor esforço garantida pela subida quase garantida ao topo de uma carreira que se quer e deve exigir respeitada mas que se dê ao respeito.

Hoje está na moda culpar os pais porque não dão educação aos filhos, alijando essa responsabilidade para os professores que teriam de instruir e educar; hoje está na moda culpar a ministra ou o ministro da Educação porque sim; hoje está na moda culpar o abandono de algumas disciplinas, a ausência de exames, as facilidades na avaliação e quejandos ...

Mas será só isto?
Recordo que o primeiro ano que dei aulas (no conhecido Rodrigues de Freitas, no Porto) apanhei um horário diminuto, deram-me Economia e Direito para dar e duas turmas ... garanto que, apesar de me ter sentido lançado às feras pois a senhora que era a coordernadora do 7º Grupo me asseverou que não valia a pena perder muito tempo comigo pois eu estava ali de passagem, sempre procurei ensinar o melhor que pude e sabia.

Registo que apesar de ter sido nos idos de 1987 ainda recentemente um então jovem estudante, hoje já nem tanto, me abordou com um sonoro: "Então professor?"
Não havia dúvidas, era mesmo o Rui "Chinês" nome como era conhecido pelos colegas.

No segundo ano passei para o célebre Carolina Michäelis e aí senti a cuidadosa distinção que alguns faziam entre os "colegas" e os "contratados"!

Assim como o facto do senhor que então presidia ao Conselho Directivo ter o hábito de nos entrar pela sala de aula dentro sem bater à porta.
Numa dessas ocasiões apanhou-me numa coisa para si impensável ... tinha posto um aluno a dar a aula e eu estava de pé no estrado a fazer o papel de advogado do diabo ... o comentário que lhe saiu foi qualquer coisa tipo "ah, métodos pedagógicos inovadores" com um sorriso cínico!

Mas também me recordo de os tais ditos colegas serem peremptórios nas reuniões de avaliação que não se dava 9 a ninguém ... e de uma certa vez, já na Póvoa de Lanhoso, ter sido chamado ao Conselho Directivo porque tinha dado um 9 na pauta a uma "cavalgadura" ... a mãezinha como era presidente do Conselho Directivo da E.B2,3 local, contactou a colega da outra escola que, melhor que defender o professor, entendeu por bem chamá-lo e perguntar se tencionava manter o 9 no período seguinte ...

Pois é, a escola pública, dita democrática também é feita por cavalgaduras assim!
Daquelas que, por exemplo, marcam testes seguidos aos seus alunos porque a eles lhes dá jeito e os alunos que se amanhem ... que adoptam como estratégia moralizadora na sala de aula ante um ou outro caso de conversa, deixar toda a turma de castigo!

Ou dos que não têm tempo para dar e preparar as suas aulas na escola pública, mas se podem permitir o luxo de acumulando para além do limite legal serem administradores-delegados numa associação de desenvolvimento regional, outros ainda numa escola profissional mais a cooperativa em que têm interesses enquanto formadores e cooperadores ... e por aí!

Serve isto para quê?
Para protestar que, contrariamente ao que alguns nos querem fazer crer, a excelência não escolheu como paradigma único o nosso professorado.

Blondewithaphd disse...

Ui, que até ferve! Demito-me de comentar aquilo que, por razões de história pessoal, desconheço: PRECS, 74s e etc. Não sei se poderia subscrever tudo o que aqui está exposto, agora que o ensino em Portugal vai de mal a pior, sim. Que a classe docente em Portugal tem vivido acomodada, sim. Que a via ensino é muitas vezes o escape profissional, sim.

alf disse...

Dos retornados não sei. Os que conheço são de dois tipos: bons profissionais e modestos uns, incompetentes e convencidos outros.

Mas quanto ao resto tudo o que magnificamente expõe corresponde muito bem ao que penso e ao que conheço. Um excelente e oportuno post!

E já vai sendo mais do que tempo para que aqueles que são professores por escolha e vocação se demarquem dos restantes e assumam as suas responsabilidades como professores; ou então é melhor começarmos a pensar num sistema de ensino sem professores - em tempos houve a tele-escola, que foi uma boa experiência, hoje muito mais fácil de concretizar.

Um décimo dos professores e outro tipo de ensino e os resultados poderiam ser muitíssimo melhores.

Professor é tarefa só para quem o quer mesmo ser. Um mau professor é pior que professor nenhum.

É por isso que eu defendo que devemos ser muito generosos com o subsídio de desemprego - o trabalho deve ser só para quem o quer, não para quem apenas quer o ordenado.

E, como mostrei em posts antigos, no ido Julho de 2007, a sociedade só tem a ganhar com isso.

Anónimo disse...

Do alto dos meus cabelos grisalhos, lhe digo que, como todas as generalizações, o seu texto é uma treta! Tenho, no meu currículo de licenciatura, um ano com passagens administrativas, o que só contribuiu para me baixar a média (que acabou por não chegar aos 15, em 78), posto que no final foram contabilizadas como 10. Fui parar ao ensino por acaso - sempre dissera «professora, nunca!» e fiquei no ensino por opção, mesmo depois de me terem convidado para outros sectores em que iria ganhar mais e trabalhar menos.
Encontrei pelo caminho muitos bons docentes, de quem me tornei amiga. Docentes mais novos, docentes da minha geração e docentes mais velhos. Sempre tive a preocupação de acompanhar os mais novos - sem maternalismos- e os mais velhos- sem arrogâncias- nomeadamente apoiando-os nas incursões nas novas tecnologias. Tenho aprendido com todos. Nomeadamente, aprendi que, quando falo do que não sei, sai normalmente disparate. Não quer dizer que tenha desisitido de falar do que não sei, mas prefiro falar com quem está dentro dos assuntos, antes de dizer disparates. Devia ter feito o mesmo!!!!!
É uma pena que tenha colocado a cereja no topo do bolo com a referência aos cursos de enfermagem e medicina. O que é, para si, vocação? Parece-me que tem aí uma mistura de «marranço e desejo de ganhar dinheiro» misturado com vocação. Posso dizer-lhe que, sendo amiga de vários médicos, há momentos do ano em que faço o possível para não ir parar ao hospital. Acaso não acompanhou o escândalo dos laboratórios que subornavam médicos para que receitassem os seus produtos? Era a vocação que permitia que eles fossem subornados? Infelizmente, o estrangulamento das entradas em medicina acaba por privilegiar o acesso não aos que têm maior vocação humanitária mas aos que marram mais - e pensam menos, por vezes; aos que são capazes de passar por cima dos colegas, para conseguir entrar. Aos que são capazes de cometer fraudes. Aos filhos dos que têm dinheiro. Tenho encontrado muitos enfermeiros que são bem melhores que muitos outros médicos - inclusivamente em termos científicos, que a vida não vem nos manuais de anatomia!
Claro que entendo o que motiva o seu discurso... Mas eu, no seu lugar, teria vergonha de me expor assim :-)
a tia adoptada

Anónimo disse...

post scriptum - e não acha que está a dar muita importância ao prec e aos retornados? muitos dos docentes de hoje já nem sabem o que isso é...
não gosta deprofessores nem de retornados... é um problema seu... mas não destile o veneno indiscriminadamente....
tia, ainda

fa_or disse...

Venho deixar os meus
votos de um Feliz Natal cheio de Amor e que no Novo Ano floresça a Esperança num Mundo Melhor, menos materialista e mais solidário. Muita Paz!

Blondewithaphd disse...

Por falta de tempo própria desta época de stress natalício, apenas uma passagem breve para os votos de Boas Festas que se impõem. Abraço da,
Blonde

Anónimo disse...

Passei para te desejar a ti, à tua família e a todos os que te são queridos um Santo Natal.

Peter disse...

2009

Não é fácil formular votos para o ano de 2009, numa sociedade marcada pela falta de valores humanos fundamentais e perante as perspectivas de uma crise económica, que afectará principalmente as camadas mais desfavorecidas. O meu desejo utópico é solicitar o empenho de todos, pessoas e instituições, públicas e privadas, para se superarem as dificuldades e se construir uma sociedade mais justa e mais humana.

Peter

Anónimo disse...

Um PRÓSPERO ANO NOVO, eis os meus votos para ti e para os teus!

joshua disse...

Grande Manuel, aquele Abraço.

Manuel Rocha disse...

Cara Tia Adoptada,

Antes de mais obrigado pela sua visita, pelo seu comentário e votos de um Bom Ano também para si.

Como há tempos dizia alguém, as suas leituras tendem para o “apressado”. De facto só a pressa ou uma chave de leitura profundamente ideológica ou comprometida é que pode levar a descortinar no texto uma vírgula com que possa fundamentar a sua ilacção de que se trata de uma prosa anti-retornados, pró-médicos, ou anti-professores. Assumidamente é sim um texto anti-corporativo, que tenta perceber na nossa história recente hipóteses menos exploradas para explicar alguns problemas da nossa sociedade. Nessa medida é naturalmente um texto aberto à critica, e conta com toda a minha disponibilidade para a receber e alimentar. Agora o que fará o favor é de me dispensar dos seus comentários relativamente a supostas motivações que obviamente ignora, bem como quanto ao que sei ou deixo de saber uma vez que tanto quanto recordo ainda não lhe enviei o meu CV para apreciação. De resto, de um grisalho para outro, permita-me que lhe diga que já somos grisalhos qb para resolvermos por nós do que nos devemos ou não envergonhar. Ora fará certamente o obséquio de reconhecer que a nossa intimidade está longe daquele ponto em que esse tipo de observações são admissíveis.

Manuel Rocha disse...

Obrigado a todos pela visita e pelos comentários.

Votos de muitos dias bons para o próximo ano.

Anónimo disse...

Sim, podemos não concordar com o que escreve, mas daí não derivam razões válidas para opor a argumentos bem construidos processos de intenção fulanizados.

Também eu "grisalha" e também eu com "administrativas" no curriculum, ainda tenho a memória suficientemente fresca para revisitar com este texto do Manuel os meus tempos de estagiária. Assim era a escola que conheci e não tenho dúvidas que existem na escola que conheço feridas mal cicatrizadas desses tempos.

Bom Ano a todos e especialmente para si Manuel, votos de que continue a provocar-nos com o brilhantismo dos seus textos.

Matilde

Anónimo disse...

Caro Manuel Rocha,
Quanto ao seu CV, o que tenho é o que aqui deixa exposto. Quem não quer ser lobo... ( e eu até nem tenho nada contra os lobos ou os manéis ou os retornados ou... as generalizações, continuo a opinar, valem o que valem = quase nada; servem apenas de ponto de partida e são tristemente limitativas quando usadas como ponto de chegada...)
Infelizmente, não vejo nenhum brilhantismo nos seus textos - incapacidade minha, na certa.
Pelo que desejo que 2009 lhe permite continuar a alegrar as mentes iluminadas que tanto se revêem no que escreve.
Por mim, despeço-me. Também para si, os votos de um bom 2009.
A Tia

Anónimo disse...

Como a deixa do brilhantismo foi da minha autoria é evidente que a indirecta do comentário anterior me tem por destinatária e por obvio propósito desmerecer as minhas capacidades de apreciação do que por aqui tem sido produzido.Tem todo o fundamento.
Saiba a Tia Adoptada que admito sem hesitações que em várias ocasiões tenho tido sinceras dificuldades com os textos do Manuel Rocha. Isso acontece quando eles põem em causa as minhas verdades, o que tem sido frequente. Mas sobretudo acontece porque o faz com uma grande solidez de argumentos. Claro que este “grande” é naturalmente relativo à minha ( limitada ) capacidade para os desmontar. Ora, como me sobra em ignorância ( pois as minhas passagens administrativas não me fizeram mossa apenas na média final…) o que me falta em pedantice, não faço como a Tia Adoptada, ou seja, proclamando publicamente do alto da minha “cátedra” que estamos perante uma “treta” que deveria envergonhar o autor, “justificá-lo” recorrendo a questões laterais perfeitamente irrelevantes e refugiando-me de novo na minha “toca” de acesso interdito a não convidados onde, supõe-se, reside a tal divina sapiência apenas acessível a “eleitos”. Impressiona-me que criaturas assim tão seguros e iluminadas se dêem ao luxo de mal-baratar o seu precioso tempo fazendo marcação cerrada às “tretas” que a generosidade desinibida de outros resolve partilhar. Mas chegada aí escuso-me a deambular pelos estranhos labirintos das motivações de quem não conheço.

Matilde Costa

uf! disse...

PARA A MATILDE COSTA
Manuel Rocha, peço-lhe desculpa por usar este seu local de comentários como caixa de correio mas - ironia das ironias - não tenho forma de aceder à «toca» da Matilde Costa.
Matilde, foi certamente uma traição do meu subconsciente latente activo que me levou a usar a palavra «brilhantismo». Não a visava especialmente, a si, porque sei ainda menos da sua ciberexistência do que sei relativamente à ciberexistência de Manuel Rocha.
Não, não queria pôr em causa nada de seu, apenas sublinhar a minha incapacidade de ver brilhantismo nos textos que aqui são publicados. Já agora, explico-lhe que vim cá porque uma minha amiga, a quem muito respeito, me falou positivamente do blog. E tinha, no blog dela, um link para este post. Conscientemente, eu estava apenas a pensar na conversa havida com essa amiga, quando referi a minha incapacidade em ver brilhantismo.
Quanto à toca, se não deixei aqui link foi precisamente por achar que não merecia que gastassem o vosso precioso tempo a visitá-la. Não, não tem nada de brilhantismo. Mas não seja lá por isso: este comentário já irá com link. Os comentários no meu blog são moderados. Se esse facto lhe fizer confusão, poderei esclarecê-la sobre os motivos, «lá», para não estar a roubar mais espaço aos comentadores de Manuel Rocha.
Se lá for, pode deixar comentário sem link para a sua «toca», mas também lhe digo que muito estranharia se tal acontecesse, depois da crítica que aqui me deixou - embora num seu comentário sem link!
E, agora, sim, a minha crítica é para si: Acho de uma tremenda incoerência criticar um comentário sem link... num comentário sem link.
Para todos vós, votos de um bom ano, sem muitas tias como eu a aturar :-)
a tia

Blondewithaphd disse...

Cá estão, então, os sorrisos em dobro :) :) :) :) (ou quádruplo!) com os votos de um excelente 2009!

Unknown disse...

Ena ena, ele há sorrisos para dar e vender. Querem lá ver que o Manuel arranjou uma loirita?
:))
Um bom ano novo dinossauro Manuel para si e para todos os leitores do seu blogue!

Anónimo disse...

É uma interessante tentativa de explicação, no entanto algo desfazada da realidade actual. A nova geração de professores, à qual pertenço enquanto professor de Geografia, está desvinculada de uma herança que o autor do texto lhe imputa inadvertidamente.

A Matilde Costa é professora? Se sim, pode exemplificar com casos concretos essas feridas mal cicratizadas de que fala?
Gostaria que me explicasse, pois tenho pouca experiência - não sou grisalho - pois só terminei o estágio há cinco anos e dou aulas há quatro.

uf! disse...

Sandro, já somos dois a esperar atentamente :-)
Posso servir-lhe um café, um chá?
Tenho aqui um banquinho de campanha que pevejo nos venha a ser útil. Estranh@ est@ Matilde: Tanta celeridade a responder ao que pensou ser uma indirecta minha e tão longo silêncio para as questões que lhe colocou directamente....
Sentemo-nos e esguardemos :-)

uf! disse...

Continuamos à espera, não é, Sandro?
Bem, já que aqui estou, aproveito para fazer uma pergunta ao Manuel Rocha. Diz, no seu perfil, «apenas os peixes mortos não nadam contra a corrente». Diga-me, então: os peixes mortos NADAM a favor da corrente?! Ou será que os peixes mortos não nadam, simplesmente?
Matilde, de certa forma, esta também é uma indirecta para si,agora, sim, a propósito do tal do brilhantismo;-)

Anónimo disse...

Não posso estar mais de acordo. No entanto continua a haver quem insista em olhar para os problemas da nossa sociedade com a mesma atitude com que compra fruta no supermercado - sem fazer ideia de como ou onde é produzida. Excelente análise.

Cumprimentods.

Trigo Pereira

Anónimo disse...

Caro Manuel,
Descobri o seu blog há relativamente pouco tempo e tenho gostado muito de o ler. Os meus parabéns pela forma como argumenta as suas ideias, mesmo quenem sempre concordecom elas. Sobre este texto não me posso pronunciar, porque não conheço a realidade de que fala e estando na casa dos trinta anos não tenho memória dos tempos que fala.
Como não tem aqui a indicação do seu email, escrevo aqui nos comentários estes meus cumprimentos e deixo-lhe o meu email/messenger, no caso de não se importar de me contactar:
teresap71@hotmail.com

Rita disse...

credo... acho que acabei de escrever sobre isto (mas à primeira vista pode não parecer...)

abraços**********

Anónimo disse...

Manuel, meu caro, isto já vai em prolongamento e a caminho das grandes penalidades ... não há maneira de me desempatar isto?

Anónimo disse...

A informação circulante está cheia de números. E o excesso de números deve ter dado azo a uma insensibilidade generalizada para o seu significado. Só assim consigo explicar a demissão generalizada de os ler de uma forma critica, ao contrário do que aqui se faz, fenómeno perante o qual sou acometido por uma inesgotável perplexidade.
Novo caso paradigmático ocorre com a divulgação dos números da adesão dos professores ao movimento anti-avaliação. Segundo as organizações do sector houve duas mega-manifestações, respectivamente de 100 e 120.000 professores, uma greve geral com 90% de adesão, e um abaixo assinado com cerca de 70.000 assinaturas. Ora não leio onde quer que seja uma única virgula que se espante com a falta de sentido lógico intrínseco nestes números, pois eles conduzem a estranhas conclusões, ou seja, num universo de 140.000 professores, foram quase tantos os que se conseguiram mobilizar para convergir a manifestações em Lisboa ( 120.000 ) como os que aderiram às greves nacionais ( 126.000). Mas apenas 70.000 estiveram disponíveis para participar numa iniciativa espantosamente bem mais simples como subscrever um abaixo assinado sobejamente divulgado e que circulou na Internet !!!
Das duas uma: ou alguém se enganou estrondosamente nos números publicados, ou a “convicção” posta nas iniciativas anónimas diluiu-se dramaticamente quando se trata de pôr o preto no branco e dar o nome por aquilo em que se diz acreditar. O que é espantoso é que estas discrepâncias passem por irrelevantes!
Parabéns pelos textos e pelo blog.

Anónimo disse...

Postas as coisas nestes termos, quase que se exige um ultimato!
Quando regressa o amigo?

fa_or disse...

Então ainda não houve desempate?!
:)

antonio ganhão disse...

Ring... Ring... Alguém em casa?